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insetário
categoria: embromation
Apesar de morarmos na cidade, nossa casa é cheia de bichos.
Fora meu Bichão, vira e mexe (vira e voa, vira e rasteja) surgem vários outros, que comecei a fotografar para um estudo científico que pretendo fazer sobre insetologia.
De bichos eu estou bem servida!
Abaixo, a primeira leva. Adiante, material das futuras investigações.
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tóin-óin-oin
categoria: embromation
Eu tinha 11 anos e meu pai ainda mandava no meu cabelo: decidia a frequência e o estilo da tosa como se eu fosse irmã mais velha da Fox Paulistinha que tínhamos em casa. Ele dizia que meu rosto era bonito demais para ficar escondido por cachos – o que, na prática, significava me mandar ao barbeiro (sim, ao mesmo camarada que cortava o cabelo dele!), uma vez por mês. Quando o corte Joãozinho levou um cliente a apontar para mim e perguntar “esse aí é seu filho?”, eu abri o maior berreiro e conquistei a maioridade capilar.
Desde então, meu cabelo e eu temos um acordo: eu o aceito como ele é, valorizo cada onda, jamais aliso nem faço escova. Em contrapartida, ele não me enche o saco. É de comum acordo, portanto, que decidimos fazer tratamentos: quando ele acorda de mau humor, dou o braço a torcer e tasco uma touca térmica.
Dia desses reformamos a casa. Um pintor era sósia do Jair Rodrigues e o outro se chamava Noel, mas não tinha nenhuma semelhança com o Papai. Justo no dia de pintar o teto, um deles esqueceu o boné em casa e nos pediu um emprestado. Dissemos que não tínhamos. “Ah”, ele respondeu, “pode ser qualquer coisa de cobrir a cabeça”. Qualquer coisa… mesmo?
TweetarPatrina Sato e Olívia Fio Dental
categoria: embromation
A gente adora o CD “Eu me transformo em outras”, da Zélia Duncan. Por inspiração da cantora nós também, às vezes, nos transformamos em outras.
Ah, Patrina Sato! Mas… Olívia Quem?
TweetarArdência no globo ocular
categoria: embromation
Dizem que pimenta nos olhos do outro é refresco. Pois eu digo que qualquer ardor, em qualquer olho, é insuportável. Experimente espirrar um relaxante muscular na nuca. Feche os olhos e inspire fundo. Sinta a cânfora líquida escorrendo pela espinha, vértebra por vértebra. Solte o fôlego aos berros, quando a maldita gota mentolada atingir, lá embaixo, o último olho.
TweetarRainbow on wheels
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A Patricia e eu não somos exatamente atletas – embora ela tenha sido, por um longo período, na juventude. A juventude dela acabou há muitos anos, mas a prática intensiva de esporte deixou marcas indeléveis em seu corpo (seu corpo = corpo dela, não vá a leitora se achando…). Com o perdão da descrição brega, suas pernas são bem torneadas, o bumbum é arredondado e durinho, os braços são fortes e resistentes… Ai, ai.
Eu, por outro lado, tive apenas uma curta fase de atividade física, mais ou menos entre os 16 anos e os 16 anos e três semanas. Isso, claro, também deixou marcas indeléveis… Que vou me abster de descrever. Pra que incomodar a cara leitora com imagens de bunda caída, coxas flácidas, barriga mole e outros atributos pouco nobres, não é mesmo?
Apesar de uma ter abandonado a carreira e a outra nunca ter tido vocação esportiva, mora sim, aqui em casa, uma sapa atleta.
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